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SCAP 2019 – Mesa de discussão sobre o filme Retratos de Identificação, com Roberta Veiga, Maria de Lourdes Gouveia e Robson Sávio

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Longa metragem: Retratos de Identificação (Brasil, 2014, cor, 71 minutos), direção de Anita Leandro.
Na ditadura militar, presos políticos eram fotografados em diferentes situações: desde investigações e prisões até em torturas, exames de corpo de delito e necropsias. No filme, dois sobreviventes à tortura veem, pela primeira vez, as fotografias relativas as suas prisões: Antônio Roberto Espinosa, o então comandante da organização VAR-Palmares, testemunha sobre o assassinato de Chael Schreier, com quem conviveu na prisão. Já Reinaldo Guarany, do grupo tático armado ALN, relembra sua saída do país em 1971, em troca da vida do embaixador suíço Giovanni Bucher, conta como foi sua vida no exílio e fala sobre o suicídio de Maria Auxiliadora Lara Barcellos, com quem vivia em Berlim.
Mesa de Discussão:
O avesso da imagem em Retratos da Identificação: do fascismo à intimidade, da intimidade ao político. Onde está o avesso da imagem da tortura no filme Retratos de Identificação, de Anita Leandro? Ao buscar o ser qualquer do retratado, aquilo que ele pode ser anterior ao molde de um sistema classificatório, disciplinar, o cinema pode oferecer o inverso da fotografia que serve aos arquivos “policialescos” e às formas de controle de um país tomado por um regime totalitário. A fim de aproximar da forma como Anita, a partir dos arquivos dos presos da ditadura militar no Brasil, atende a esse chamado do avesso da imagem, analisaremos um conjunto de fotogramas da personagem Dora – ex-militante de esquerda – em relação a outros personagens, falas e cenas. Nossa hipótese é de que essas imagens capturam e, ao mesmo tempo, subvertem o dispositivo ditatorial, ao afirmar o corpo no gesto feminino que é ao mesmo tempo privado e político. É a partir da intimidade do corpo semi exposto de Dora no qual o fascismo incide para violentar e desapropriar uma mulher, que a imagem pode, se arrastada dialeticamente ao seu limite, fazer uma pequena história se envergar sobre a história oficial de um país.
Roberta Veiga. Doutora em Comunicação pela UFMG. Professora adjunta do Departamento de Comunicação e do PPGCOM da FAFICH-UFMG. Editora da Revista Devires – Cinema e Humanidades. Integra o comitê científico do forumdoc.bh. É coordenadora do grupo de pesquisa Poéticas Femininas, Políticas Feministas: a mulher está no cinema (UFMG), onde desenvolve a pesquisa Cinemas femininos em primeira pessoa: o pessoal é político. Tradutora do livro Nada Acontece: o cotidiano hiper-realista de Chantal Akerman, de Ivone Margulies. Autora de capítulo no livro Feminismo e Plural: mulheres no cinema brasileiro.
Maria de Lourdes Gouveia. Escritora. Doutora em Estudos Avançados em Filosofia pela Universidade Complutense de Madrid. Pelo prazer de pensar, analisa e interpreta filmes há mais de 15 anos em seu Programa Filosofia e Cinema.
Mediação: Robson Sávio. Professor da PUC Minas. Pós-doutor em Direitos Humanos pela Universidade de Salamanca e doutor em Ciências Sociais pela PUC Minas. Coordenou a Comissão da Verdade em Minas Gerais (2017-2018), presidiu a Comissão Estadual para Indenização das Vítimas de Tortura do Estado de Minas Gerais (2001-2005).
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Na ditadura militar, presos políticos eram fotografados em diferentes situações: desde investigações e prisões até em torturas, exames de corpo de delito e necropsias. No filme, dois sobreviventes à tortura veem, pela primeira vez, as fotografias relativas as suas prisões: Antônio Roberto Espinosa, o então comandante da organização VAR-Palmares, testemunha sobre o assassinato de Chael Schreier, com quem conviveu na prisão. Já Reinaldo Guarany, do grupo tático armado ALN, relembra sua saída do país em 1971, em troca da vida do embaixador suíço Giovanni Bucher, conta como foi sua vida no exílio e fala sobre o suicídio de Maria Auxiliadora Lara Barcellos, com quem vivia em Berlim.
Mesa de Discussão:
O avesso da imagem em Retratos da Identificação: do fascismo à intimidade, da intimidade ao político. Onde está o avesso da imagem da tortura no filme Retratos de Identificação, de Anita Leandro? Ao buscar o ser qualquer do retratado, aquilo que ele pode ser anterior ao molde de um sistema classificatório, disciplinar, o cinema pode oferecer o inverso da fotografia que serve aos arquivos “policialescos” e às formas de controle de um país tomado por um regime totalitário. A fim de aproximar da forma como Anita, a partir dos arquivos dos presos da ditadura militar no Brasil, atende a esse chamado do avesso da imagem, analisaremos um conjunto de fotogramas da personagem Dora – ex-militante de esquerda – em relação a outros personagens, falas e cenas. Nossa hipótese é de que essas imagens capturam e, ao mesmo tempo, subvertem o dispositivo ditatorial, ao afirmar o corpo no gesto feminino que é ao mesmo tempo privado e político. É a partir da intimidade do corpo semi exposto de Dora no qual o fascismo incide para violentar e desapropriar uma mulher, que a imagem pode, se arrastada dialeticamente ao seu limite, fazer uma pequena história se envergar sobre a história oficial de um país.
Roberta Veiga. Doutora em Comunicação pela UFMG. Professora adjunta do Departamento de Comunicação e do PPGCOM da FAFICH-UFMG. Editora da Revista Devires – Cinema e Humanidades. Integra o comitê científico do forumdoc.bh. É coordenadora do grupo de pesquisa Poéticas Femininas, Políticas Feministas: a mulher está no cinema (UFMG), onde desenvolve a pesquisa Cinemas femininos em primeira pessoa: o pessoal é político. Tradutora do livro Nada Acontece: o cotidiano hiper-realista de Chantal Akerman, de Ivone Margulies. Autora de capítulo no livro Feminismo e Plural: mulheres no cinema brasileiro.
Maria de Lourdes Gouveia. Escritora. Doutora em Estudos Avançados em Filosofia pela Universidade Complutense de Madrid. Pelo prazer de pensar, analisa e interpreta filmes há mais de 15 anos em seu Programa Filosofia e Cinema.
Mediação: Robson Sávio. Professor da PUC Minas. Pós-doutor em Direitos Humanos pela Universidade de Salamanca e doutor em Ciências Sociais pela PUC Minas. Coordenou a Comissão da Verdade em Minas Gerais (2017-2018), presidiu a Comissão Estadual para Indenização das Vítimas de Tortura do Estado de Minas Gerais (2001-2005).
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